Num mundo cada vez mais imprevisível e exigente, o Pacto pela Saúde Mental no Trabalho da CATÓLICA-LISBON envia uma mensagem clara e urgente: o bem-estar psicológico dos colaboradores já não é apenas uma preocupação ética, é uma alavanca estratégica para a competitividade e sustentabilidade a longo prazo.

As organizações que colocam a saúde mental no centro da sua estratégia estão a colher benefícios tangíveis: aumento da produtividade, inovação consistente e talentos que permanecem e prosperam. Investir no bem-estar mental já não é um «extra», é um imperativo competitivo.

A investigação deixa isso claro. As empresas que investem ativamente na saúde psicológica observam uma redução no absentismo e no presenteísmo (trabalhar mesmo estando doente), além de um aumento significativo no envolvimento. O apoio psicológico estruturado ajuda a prevenir o esgotamento e preserva a energia vital das equipas. Por cada dólar investido, o retorno pode chegar a quatro vezes mais. Em contrapartida, o custo da inação é enorme: a OMS estima perdas globais de produtividade de US$ 1 trilhão por ano devido a problemas de saúde mental. A rotatividade relacionada ao sofrimento mental pode custar em média 20% do salário anual de um funcionário e, de acordo com a OCDE, as perdas macroeconómicas chegam a 3-4% do PIB nos países desenvolvidos.

É neste contexto que foi criado o Roteiro para a Saúde Mental no Local de Trabalho — uma ferramenta prática e adaptável desenvolvida pelos grupos de trabalho do Pacto, com contribuições de: Auchan, Bound – Intelligent Health Capital, BP Portugal, Capgemini, Cofidis, Diaverum, EDP, Galp, Fidelidade, Fundação São João de Deus, Grupo BEL, Johnson & Johnson, Monliz, Multicare, Olympus, STEF Portugal, Pfizer, REN, ROUNDB, SPMS – Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, Transportes Metropolitanos de Lisboa, The Square, Vieira de Almeida e Workwell.

O Roteiro fornece uma estrutura organizada para projetar e implementar programas de saúde mental robustos em todos os setores e tamanhos de organizações.

Começa com uma autoavaliação organizacional, ajudando a identificar práticas sólidas e lacunas críticas. Posiciona a cultura organizacional como uma força motriz para o bem-estar, a inovação e a coesão. A literacia em saúde mental e a formação contínua são fundamentais para capacitar equipas e líderes a reconhecer sinais de alerta, reduzir o estigma e construir uma cultura de apoio genuíno.

A liderança é decisiva. Líderes conscientes, empáticos e bem preparados criam ambientes mais seguros, resilientes e humanos. Eles definem o tom ao promover um equilíbrio saudável entre o trabalho e a vida pessoal, um exemplo que ecoa por toda a organização.

A medição é essencial para o progresso. O acompanhamento de indicadores como absentismo, rotatividade, esgotamento, satisfação dos funcionários (ESI) e o ROI das intervenções apoia a tomada de decisões estratégicas. Ferramentas validadas como o COPSOQ apoiam a conformidade legal, ao mesmo tempo que transformam os dados em insights significativos.

Uma comunicação clara, empática e consistente une todo o processo. Ela reduz o estigma, reforça o alinhamento e fortalece o compromisso interno. O reconhecimento, tanto formal quanto informal, é um poderoso impulsionador da motivação, do sentimento de pertencimento e do engajamento.

O Pacto pela Saúde Mental no Local de Trabalho existe para acelerar essa agenda. Ele promove uma comunidade ativa de práticas, fornece recursos baseados em ciência e experiência, masterclasses exclusivas (“Pílulas de Saúde Mental”), uma plataforma digital e oportunidades de aprendizagem entre pares.

Os próximos passos incluem expandir a comunidade, envolver PMEs e aprofundar parcerias intersetoriais.

A hora de agir é agora.

Junte-se a este movimento transformador.

Tenha uma semana excelente e impactante!

Liliana Dias
Sócia-gerente da Bound.Health
Membro do Conselho de Administração do Pacto pela Saúde Mental no Trabalho da CATÓLICA-LISBON