Tem dificuldade em manter uma alimentação saudável e equilibrada no local de trabalho? Muitas vezes não há tempo para preparar refeições em casa ou os tupperwares ficam esquecidos nos frigoríficos, e as soluções tradicionais, como as cantinas, as vending machines ou serviços de food delivery, oferecem opções pouco nutritivas e pesadas. Foi este o desafio que levou Martim Caldeira, o mais recente convidado do videocast Negócios com Impacto, a fundar a Compound Life, uma start-up que está a transformar o mercado da vending machines e promete redefinir a forma como os profissionais se alimentam no local de trabalho, para melhor.
A Compound Life oferece uma solução inovadora, tecnológica e sustentável: frigoríficos inteligentes com tecnologia proprietária, que disponibilizam refeições frescas, snacks saudáveis, bebidas sem açúcar, acessíveis ao utilizador através de uma aplicação móvel. A seleção de produtos é feita pela start-up, com foco em marcas locais e produtos nacionais. A empresa evita intermediários para garantir preços competitivos, equiparáveis aos do supermercado, e promove o consumo sustentável.
“Temos resposta para qualquer ocasião do dia, quer seja um light snack ou uma refeição mais consistente”, explica Martim durante o episódio. “Estamos a fazer ao vending aquilo que a Uber fez aos táxis. Estamos a tornar o nosso produto de alta qualidade e toda a experiência de utilização muito mais fluida e sem necessidade de pagamentos físicos”.
A experiência de compra assemelha-se com o e-commerce: o utilizador pode adicionar vários produtos ao carrinho e conclui a compra de uma só vez (uma experiência de compra diferente das vending machines tradicionais) através de métodos de pagamento digitais na aplicação, como MBWay, Apple Pay, Google Pay, cartões de crédito ou cartões de refeição.
A primeira máquina foi instalada em fevereiro de 2020, semanas antes do início da pandemia, um contexto particularmente difícil para uma empresa cuja operação depende do trabalho presencial. Ainda assim, foi possível implementar o serviço em locais que permaneceram abertos, como hospitais e residências de estudantes, o que permitiu testar o conceito e aperfeiçoar o modelo de negócio.
Mas foi precisamente o facto de estarem numa fase inicial e com poucos custos de operação que permitiu à Compound Life resistir à crise. Hoje, têm mais de 20 máquinas instaladas em Portugal, três em Londres, e mais de mil utilizadores ativos por mês. Os planos para a expansão passam pelo país vizinho, Espanha, Estados Unidos e Médio Oriente, objetivos justificados pelo “êxodo gigantesco de europeus que levam consigo novo hábitos alimentares”.
Mas o propósito da Compound Life vai muito além da conveniência. O verdadeiro impacto reside na mudança de hábitos alimentares e na promoção de um estilo de vida mais equilibrado, que se reflete na energia, na produtividade e no bem-estar ao longo do dia.
Este princípio está inscrito no próprio nome da empresa, Compound Life, uma alusão ao efeito composto das pequenas escolhas diárias que, acumuladas ao longo dos anos, fazem a diferença na saúde dos profissionais.
“Temos uma cultura que bebe muito café porque estamos sempre a compensar o mal que comemos”, observa. “Nem todas as refeições são iguais. Se eu comer um bitoque com batatas fritas a minha produtividade na parte da tarde vai ser altamente afetada, algo que seria diferente se comer algo equilibrado. Se nós comêssemos as refeições mais equilibradas, com mais fibra, mais proteína, menos gorduras, menos açúcares e com teor de sal um bocadinho mais equilibrado, provavelmente não precisaríamos estar a beber cinco cafés à tarde”.
A Compound Life é a protagonista do mais recente episódio do programa Negócios com Impacto, uma parceria entre a Rádio Renascença e a CATÓLICA-LISBON, já disponível no Spotify e YouTube.