Press News & Events

"Portugal tem estado a perder competitividade nos últimos 15 anos"

Monday, October 30, 2017 - 00:00
Publication
Expresso

Nuno Fernandes, diretor da faculdade de Economia e Gestão da Universidade Católica, diz que em Portugal faltam competências de gestão para transformar em resultados os recursos que existem no país.

Portugal tem estado a perder competitividade nos últimos 15 anos.” A afirmação foi proferida pelo diretor da Catolica Lisbon School of Business and Economics (Faculdade de Economia e Gestão da Universidade Católica), durante a conferência “Portugal em Exame”, esta segunda-feira, em Lisboa.

O motivo para esta perda de competitividade? “Temos ótimos recursos, nos inputs somos ótimos, mas faltam resultados”, explicou Nuno Fernandes. E exemplificou: Portugal tem bons níveis de educação, infraestruturas, tecnologia, “onde tem problemas é no output [resultado]”. Ou seja: ao nível da diversificação da economia, no tipo e no valor das exportações, na qualidade das pequenas e médias empresas (PME) e na capacidade das empresas trabalharem em cadeias de valor internacionais ainda há um longo caminho a percorrer, defende.

Isto porque, entre os recursos e os resultados, falta ao país uma componente importante: gestão. “Falta formação para a melhoria das competências, competências de gestão global e falta meritocracia, que passa pela ambição e governo das empresas”, especifica, acrescentando que um dos grandes problemas das empresas em Portugal está relacionado com o facto de estas “desviarem o foco em função de grupos de interesse”.

FUTURO DE PORTUGAL ESTÁ NA “GOLDEN GENERATION”

Para o diretor da Catolica Lisbon, o futuro está na “golden generation”. Mas alerta para o facto de Portugal não conseguir reter talentos. “Temos universidades muito boas e a geração melhor formada de sempre, mas esta vai para fora de Portugal.”

Foi na sequência desta constatação que convidou três estudantes, a terminar o mestrado na universidade que dirige, para darem testemunho daquilo que os motiva a procurar emprego fora de Portugal. Salário, experiência global e equilíbrio entre a vida profissional e pessoal foram três dos motivos apresentados.

“As empresas foram progredindo com muito pouca meritocracia. Depois chegaram as gerações novas e depararam-se com poucas oportunidades de progressão”, evidencia Nuno Fernandes, sublinhando que o conflito intergeracional não existe apenas ao nível do Estado (como foi discutido no painel anterior, a propósito da Segurança Social), mas também dentro de cada empresa.

Este é um conflito que, para o diretor, deve levar as empresas a colocarem a seguinte questão: “Quero preparar a minha empresa para o passado ou para o futuro?”

Related Press News

03/01/2022 - 09:50
Observador
A história dos efeitos duma crise no emprego e no rendimento escreve-se olhando tanto para os empregos destruídos durante a crise como para os empregos criados durante a recuperação. Na passagem de ano comemos 12 passas e pedimos 12 desejos. Muitos...
28/12/2021 - 09:49
Jornal de Negócios
A conjuntura pandémica atual, que exibe um novo pico de infeções no final do mês de dezembro, mais as pressões inflacionistas que se sentem na Economia global são fontes importantes de preocupação e provavelmente serão tema de discussão na campanha para...